quinta-feira, 14 de junho de 2007

Poema De Amor Proscrito



Poema De Amor Proscrito
NALDOVELHO

Linhas traçadas coexistências embaraçadas, palavras entrelaçadas, quarta gaveta, lado esquerdo do peito.
Poema de amor proscrito entre o poeta e a meretriz.
Um bolero arrastado, a compor tristemente o cenário, uma garrafa de vinho tinto, outra de Martine Bianco, ambas, pra baixo da metade.

Marcas de batom no corpo, na camisa e no copo.
Cinco horas da manhã!
O garçom sinaliza nervoso, já é madrugada, faz frio lá fora, peço a conta e percebo em teus olhos um até breve, até quando?

Agora, já passam das seis!
Manhã nublada de maio, um gole de café requentado, não dá pra esquecer o cigarro, nem o poema de amor proscrito,
banido antes mesmo de ter sido escrito.
Melhor ir pra casa e dormir.



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