sexta-feira, 6 de julho de 2007

Morte Do Tempo



Morte Do Tempo
Lara Cardoso.

Perdi a noção de tempo esqueci de controlar a hora não olhei, sequer, para os ponteiros...
A vida eu deixei ir embora do acaso fiz meu fiel escudeiro o meu tempo, tornei passatempo joguei tudo fora viajei sem roteiro e, agora...
Muito tarde para reclamar!Embalado pela sorte que hoje veio cobrar, nada resta, que não seja chorar, o amor que não veio ou, que eu não quis aceitar...

Sigo, como simples passageiro, seguindo o meu próprio cortejo da solenidade de morte, do amor, que esteve a me espreitar e, que, somente agora vejo, esteve no tempo, que deixei acabar...


Da ilusão a Realidade




Da ilusão a Realidade
S.Bernardelli

O que fiz de mim...?
Minha alma, meu coração virou um trapo humano...
Tantas fantasias, sonhos perdidos...

O que sou hoje...?
Um anjo morto...
Hoje sou alguém com o coração vazio despedaçado, partido em mil pedaços, que chora, que sofre, mas...
Que felizmente ainda ama...

Que se esforça, que se arrasta tentando se levantar de um tombo terrível...
Que tem medo, mas que sabe que o ser Magnânimo me acolhe e não me deixa sozinha.

Que faço eu...?
Tão perdida em meus pensamentos, angustiada arrependida por ter acreditado no irreal...
Em algo que sempre só existiu em minha imaginação fértil.

Idealizei, moldurei uma imagem irreal, fiz dessa imagem de acordo com minhas fantasias.
Não fui capaz de pensar...
Fui mais emocional do que racional.

Quais foram os caminhos que tomei...?
Todos eles foram tortuosos, andei em ziguezagues e não cheguei a lugar algum,
enfeitei meus caminhos de flores e quando cai na real, andava em cacos de vidros.
Hoje somente me questiono e responde as minhas próprias perguntas...

Por que eu confiei...?
Confiei, porque eu achei que pudesse confiar...
Alertas me foram dados, mas tampei meus ouvidos, vedei meus olhos...
Meus ouvidos foram abertos somente para as inverdades e me envergonho porque me deixei enganar.

Por que eu enfraqueci...?
Porque pensei que eu fosse forte...
Agora eu sei que não sou...
Sou como todo mundo, frágil, carente, sentimental, emotiva...

Por que não me libertei antes...?
Porque eu sonhei, deixei de ver a realidade...
Sonhar é mais suave, tudo é florido, tudo é azul e branco, a realidade é mais dura,
tudo é mais vermelho e ás vezes mais negro.

Quantas vezes o senhor Deus meu ouviu?
E poucas vezes eu o ouvi...
Poucas vezes eu segui minhas intuições, desprezando-a...
Desprezei a mim mesma...
Hoje o cansaço da minha angustia pesa em meus ombros...

Mas hei de me levantar e lutar...
Curarei minhas feridas, me fortalecerei, seguirei por outros caminhos sem me importar com que perdi.
Meus ouvidos estarão abertos, meus olhos estarão atentos...

Não deixarei de amar porque essa é a minha maior força...
Não sofrerei mais com as decepções do coração...
Meu sorriso será como o calor do sol ao amanhecer...
Será brilho das estrelas no anoitecer...

Serei livre como o pássaro, transparente e cristalina como a água límpida do rio...
Fincarei os meus na terra sem deixar de sonhar...
Porque ainda o sonho alimenta alma.

Os meus sentimentos serão preservados e respeitados...
Porque todos eles são nobres...
Sei que serei feliz na minha nova jornada...
Porque eu quero ser feliz...
Porque eu mereço ser feliz!
9/9/2005.




Dueto - Nem sei o teu nome...


Nem sei o teu nome...
Naidaterra / Paulo Mello

Mesmo ambiente, uma certa distância.
No habitual, bar de encontro.
Esse olhar me encontrou...
Como das outras vezes, um olhar sedutor.
Não sei o nome do dono desse olhar...
Não houve tempo para apresentações.
Ébano, profundo, sensual...Manipulador.
Como você...
Desviei o meu... Foi em vão...Descontrole total...
Tentei desviar, mas a atração era mais forte.
E o inevitável...A entrega.
Aproximação de olhos e corpos.
Penetrei no teu mundo de desejos e sem nenhuma resistência...
No toque mágico do furor, nos entregamos.
Fizemos amor.


Amor... Minha grande inspiração


Amor... Minha grande inspiração
S.Bernardelli

Se eu pudesse nesta noite de luar tocar o seu coração...
Se eu pudesse correr para seus braços...
Dizer tudo o que vai dentro da minha alma, deixaria de ser um momento perdido...
Você não me perguntaria como sei que meu amor por você é verdadeiro.

Mas algo dentro do meu peito diz que o que seu sinto não pode ser negado.
Disseram-me que algum dia eu encontrarei o amor tão sonhado...
Hoje meu sorriso é um sorriso triste, meu olhar já não tem mais o mesmo brilho porque o seu amor se afastou do meu amor...

Mas nada lamento, nem o bem, nem o mal que você me fez...
Vou apagar, varrer, esquecer, não me importa o que aconteceu...
Foi passado...
Agora somente quero continuar a escrever e amar, pois a divina inspiração do poeta ainda é...
O amor.
10/06/2007




A Passagem do Virtual para o Real


A Passagem do Virtual para o Real
Silvana Duboc

Para muitos, a passagem do virtual para o real é bastante dura.Para outros, impossível.Lembro-me dela, que não era ela, era ele.
Lembro-me dele que não tinha charme algum, embora fosse um verdadeiro Don Juan no virtual.Sabia lidar muito bem com as palavras escritas.

Lembro-me de toda aquela falsa alegria que vários deixaram transparecer durante anos através das letras e que, no real, rolou ladeira abaixo.
Lembro-me de opções sexuais que não eram verdadeiras e de amizades que não foram sinceras.

Lembro-me daquela loura fatal, sexy, sensual que enviava sempre suas fotos causando frisson em muitos.
Trinta; trinta e cinco anos, talvez?

Não. Já era avó e beirava seus setenta anos.As tais fotos eram de cerca de trinta anos atrás retocadas por um super photoshop.
Lembro-me de críticos literários.

Viviam de um sonho que possivelmente jamais concretizaram.
Lembro-me dos exaltados, ferozes, provocadores.
Verdadeiras ovelhinhas no real.


Lembro-me de profissões virtuais.
Médicos, Advogados, Engenheiros.
Seres reais que sequer tiveram a oportunidade de passar na porta de uma faculdade.

Lembro-me dos donos da verdade virtuais, apenas virtuais.
No real, não tinham opinião a respeito de nada.
Perdiam-se dentro das suas próprias dúvidas.

Lembro-me dos intelectuais, vários, a maioria de porta de botecos.
Lembro-me de amores que jamais passaram para o real, pois no virtual já eram impossíveis.
Se bem que necessários.


Lembro-me do caráter dos seres virtuais.
Como distinguir os bons e os maus?
Ainda não existe em nenhum computador uma peça que se encaixe e faça uma luz vermelha ou verde piscar a cada e-mail que entra na nossa caixa de correio nos dando a informação que precisamos.


Lembro-me dela que tomou ele da outra e dessa mesma outra que nunca foi dele.
Mas havia quem dissesse - Ele é meu! Ela é minha!
No virtual, ninguém nunca foi de ninguém e quando chegaram ao real, poucos foram de alguém.


Lembro-me dos formadores de opinião e das vaquinhas de presépio.
Lembro-me da unanimidade virtual, talvez a única coisa real.
Lembro-me de enigmas.
É assim ou assado?
É falso ou verdadeiro?

E lembro-me dos especialistas em enganar, trapacear, provocar.
Lembro-me dos ofendidos, feridos que sangravam virtualmente até não poder mais.
Lembro-me das doenças virtuais (?), das mortes (?), das fugas e dos sumiços.

Seres que nem mesmo no virtual conseguiram sustentar seus personagens.
Lembro-me dos ódios e intrigas. Quem seria o vilão e a vítima? Jamais saberei.
Lembro-me de mim, em meio a um tiroteio invisível e a um carinho duvidoso.

Lembro-me tão bem das carências excessivas que desabrochavam em palavras dolorosas.
Lembro-me da criança que era um adulto e do adulto que era uma criança.Lembro-me da ofensa, da necessidade de denegrir a imagem de pessoas que incomodavam a outras pelo simples fato de se destacarem virtualmente.


Lembro-me, finalmente, que o virtual jamais conseguiu ser real e que o real vivia há anos luz do virtual.
Depois de lembrar-me de tudo isso chego a conclusão que apenas sei que nada sei sobre o mundo virtual, assim como ninguém sabe.



Amo amar...



Amo amar...
Angela*Poesi@

Te amo sem tempo...Sem hora marcada...Amo sem esperar...
Amo tão somente por amar-te...
Não falo...

Sinto...
Somente sinto...
O amor não se traduz...

Se vive...
Se sente...
Impulsiona o viver...

Amo você no olhar...
Amo-te no sorriso...
No pulsar do coração...
Ate na lágrima que cai...

Amo na alegria que somamos...
Na tristeza que dividimos...
No amor que nos une...
Amo...
Amar você...





Gostaria



Gostaria
Candy Saad

De ter meu amor ao meu lado não haver distancia
Nem despedidas nem idas e vindas nem esperas ansiosas
Gostaria de dormir de conchinha de acordar nos braços do amado
Ter seu cheiro desejado, no lado vazio de minha cama.
Gostaria de fazer da presença amada, uma Constancia em minha vida sem anseios, nem medos de partida.
Ah...Como gostaria.


Não Vai Passar



Não Vai Passar
Silvana Duboc

Só não pense que vai se livrar de mim, eu tenho o início da sua história e, certamente, terei o fim.
Nada do que plantamos, a quantidade de coisas que cultivamos, não vão passar, muito menos acabar.
Pode sumir, desaparecer, pode fugir, se esconder, pode fingir que com isso não vai sofrer.

Pode aparecer e me dizer que infelizmente acabou, ainda assim atrás de você eu vou.
Você vive nas minhas fantasias, nas minhas realidades, você sobrevive até na eternidade.
Esse amor assim tem feito bem pra você e pra mim, tem sido o nosso complemento, afinal todo esse sentimento que nos envolve e nos devora não tem limite, não tem hora.

Se estamos acordados ele persiste ao nosso lado, se adormecemos, mesmo assim o vivemos na mistura confusa dos nossos sonhos com a nossa imaginação.
Portanto, sem condição, não vai passar essa paixão.
29/04/2007







Sou Sua Noite



Sou Sua Noite
Lara Cardoso.

Sou a noite que cai soturna, enegrecendo seu céu...
Trazendo as carícias para afagá-lo em mim, torturá-lo com malicia e, aos poucos, descortinar o véu e devorá-lo em penumbra, sem pensar no fim; como estrelas faiscantes, meus olhos ficarão abertos vigiando o seu prazer e, no entardecer de uma noite delirante, o seu corpo tão mais perto, será cena pra nunca mais esquecer!

E, finalmente, enquanto noite serena meus braços apertarem-no em um abraço, fazendo nossos corpos serem apenas um, brindaremos o anoitecer faremos a noite, de amor pleno e, por motivo nenhum, deixarei amanhecer...


quinta-feira, 5 de julho de 2007

Amar É




Ávidos Desejos



Ávidos Desejos
Wilson de Oliveira Carvalho

Só quem te conhece, como eu, é que pode e tem o direito de sonhar com teus encantos...
Em qualquer canto do teu corpo, os mais escondidos, se é que existem, sempre reservam surpresas excitantes, quando expostos...

Um beijo de relance, um aperto mais ousado nas auréolas dos teus peitos, já flamejantes, causa arrepios e ávidos desejos...

Um abraço com maior intensidade, um balbuciar em teus ouvidos, um gozo entre muitos gemidos...
Despertos deste sentimento de aprovação, e recuperados dos segundos perdidos, nos entregamos aos
recém -chegados anseios e...
Começamos tudo de novo...












Soneto LXXXIV.


Soneto LXXXIV.
Tere Penhabe

Meu coração é valente, meu presente, mas difícil de aprender as suas lições se por amar recebe louros e menções ao ser amado é um constante penitente.
Coleciona abandonos no seu porto voa alto, mas não se livra das quedas previsíveis todas as suas veredas, mas não se nega a viver tudo de novo.

Meu coração é da vida e do amor gastá-lo é meu prazer e meu louvor ainda que se quede esfarrapado...
Meu coração é o que tenho de melhor alegra-se na senzala do seu senhor ainda que não seja alimentado...

Santos
13.06.2007


O chão é cama

O chão é cama
Carlos Drummond de Andrade

O chão é cama para o amor urgente, amor que não espera ir para a cama.
Sobre tapete ou duro piso, a gente compõe de corpo e corpo a úmida trama.
E para repousar do amor, vamos à cama.

Salve O Amor Platônico.

Salve O Amor Platônico.
Artur da Távola


Existem palavras e expressões desgastadas e infelicitadas pelo mau uso, em todos os idiomas. Volta e meia elas ficam a rodar em minha cabeça a pedir socorro e compreensão e busco curar-lhes as feridas e descobrir cada vez profundidade e significados que a dita vulgarização se especializa em minimizar.

O platônico, com sabem vem do grande filósofo grego Platão, que acreditava haver um mundo das idéias puras das quais este mundo é mera projeção. Daí as pessoas pensarem que amor platônico é uma espécie de simpatia anêmica, ou de sentimento que não pode ou não quer corporificar-se no amor pleno, entendido aí o amor físico.

E com essa errônea versão a expressão perde força e uma das idéias mais lindas sobre o amor fica limitada, estreita, vira sanduíche misto quente de tão popular. Amor platônico é conceito de ampla e belíssima significação. Pouco ou nada tem a ver com amor que não se concretiza em união de corpos.

O amor é um enigma que decorre do fato de ser um rio de muitas vertentes, por isso o amor platônico deve ser considerado como das mais belas, poéticas e maduras formas de amar. Possui características de um amor de alma e que diferentemente do amor chamado físico, vive liberto de muitas prisões.

Pode, porém ter tesão, nada impede. No é isso, porém o essencial. Assim, por exemplo: o amor platônico não exige fidelidade no sentido comum da palavra: vive da lealdade e da irmandade. Perdoa e compreende. Exerce a misericórdia e a empatia profunda.

O amor platônico pode coexistir entre várias pessoas sem a mais leve forma de ciúme no sentido tradicional. Ele não exige a presença física e permanece até quando existe entre uma pessoa viva e outra morta. E entre pessoas que nunca se viram, a não ser de longe, na telas do cinema ou em personagens de livros ou ainda no campo musical.

Ou em pessoas conhecidas ou simples desconhecidos íntimos. Existe acima de ser étero, homo ou bi-sexual. Nada tem a ver com essas questões de preferências carnais. Eu posso ter amor por Brahms apenas em função de sua música. Você, mulher, pode amar o Marlon Brando, Gerhard Phillipe ou James Dean mesmo tendo nascido depois da morte deles.

O amor platônico pertence às formas mais lindas, livres e poéticas de multiplicar e atender a nossa capacidade de amar. Erra quem o considera um amor irrealizado. Nada tem de amor á distância. Esta, não existe nem entre pessoas que nunca se vêem ou se viram. Ele se realiza a vida inteira nesse mistério delicioso de nossa interioridade, essa eterna virgem aberta ao amor eterno.


Sim, eu sou!


Sim, eu sou!
Rivkahcohen

Quando alegre, pinto o rosto tal qual moleque quero que o motivo seja tanto que fique exposto...
Canto com uma vontade tamanha que acesso o pico mais alto de meus sonhos, tornando-me forte, gigante.
Quando amo, deposito o sentimento mais claro, mais bonito que só pode ser quebrado por quem me alegra, por quem me ilumino.
Mas uma verdade eu lhe digo...
Quando a dor me invade, me queima, me arde, saio de um extremo ao outro, some o amor, sinto frio, calor um desassossego sem fim.
Intensa?
Sim, eu sou!




Caras - Culpadas



Caras - Culpadas
Sandra Ravanini

Faces quantas que buscam o alimento neste dia que se acaba, solidifiquem as vãs lágrimas bebendo da medonha pasmaceira nas faces cheias de vergonhas e degredos e sorvam da sujeira e a impotência ao tirar o sustento do lixo ou de um quase nada.

Mãos santas e calejadas do cansaço vencido de mil mendigos, tamanha a quantidade indeterminada das pessoas esquecidas, esperando uma vaga em um país de gente jazendo humilhadas; onde os impostos sustentam ladrões, ser honesto é um castigo.

À mão que votou naquele mesmo corrupto que sempre roubou, carregue esta parcela que cabe em mais um brasileiro indigente, abane o título tão senil e sem cobranças, abone o incompetente, esperando à próxima eleição doutro elegido que ora nos falhou.

Eis-nos! Caras-pintadas... Somos os palhaços da pátria amada; hoje envelhecidos, olhamos um prato falto pedindo por comida, mas nada cai além de falsas promessas desta bandeira rendida, somente fraudes e o nosso silêncio... Somos os, Caras - Culpadas!
21/06/2007




Caminhos Abstratos do Verbo Amar.



Caminhos Abstratos do Verbo Amar.
Zena Maciel

Quebrei o espelho do tempo cortei com os cacos o rosto com o rubro sangue do desgosto, limpei o orvalho do chorar.
Segui pelas estrada obtusa da vida, a dor eu não dei guarida, machuquei folhas secas de antigas feridas.
Cruzei arcos de silêncios nas asas lépidas do vento no véu do infinito tempo o coração deixei voar!

Rasguei o sudário de antigos amores fiz uma guirlanda de flores adornei uma nova paixão.
Com um riso no horizonte da alma, engravidei a flor da ilusão.
Pus os sonhos a dançar a tristeza histérica a gargalhar.

Nos braços febris da fantasia esperei a primavera chegar como uma lúbrica bacante, desejei um orgasmo inebriante.
De joelho fiquei a suplicar o gozo do corpo a se extasiar

Com a chave da castidade eu abri o jardim da felicidade.
Como nos épicos poemas, percorri os caminhos abstratos do verbo amar.
Recife-PE
2005


Ao Escrever Poemas



Ao Escrever Poemas
NALDOVELHO

Tenho a mão pesada ao escrever poemas, abro, no papel, profundos sulcos, tipo, leito de um rio, por onde navegam palavras, pensamentos, histórias, coisas colhidas nas trilhas desta vida.

Não acaricio as palavras, espremo-as, até ter delas seu sumo, seus significados.
Uso cores agressivas, por vezes exuberantes, quando tento passar uma mensagem.

Quando falo de saudade prefiro o cinza, nostalgia navega em branco e preto e a revolta em águas barrentas, sempre!
Estou mais para a realidade, a vida me fez assim!

Tenho a mão pesada aos escrever poemas, machuco o papel, até perceber que ali existe sangue, suor, saliva, sentimento, não sei escrever sem exporem feridas.

Parir versos é remexer nas entranhas, é cutucar cicatrizes, fazê-las ardidas, só assim o poema sobrevive e eu consigo exorcizar minha dor.



Madrugada

Madrugada
NALDOVELHO

Madrugada, um novo dia vem trazendo em suas mãos um novo tempo.
Um poema escrito pra nos dois, abre a janela, venha ver, amanheceu.

Quero te ver colhendo sal, o trigo, o sonho, a luz do sol, quero um sorriso no teu rosto, quero que sejas um talismã, quero o aconchego do teu colo, quero a estrela da manhã.


Nem Sempre...

Nem Sempre...
NALDOVELHO

Nem sempre poesia, muitas vezes heresia, enredo que não pode ser desfeito, tramas, teias, dramas, grito espremido no peito, histórias que o tempo fez questão de preservar.

Nem sempre são rosas, muitas vezes espinhos, outras vezes são cortes, fraturas, entorses, sangue coagulado, cicatrizes que ainda doem, feridas que o tempo não foi capaz de curar.

Nem sempre fragrâncias, muitas vezes odores, coisas cheirando a mofo, amareladas, apodrecidas, resto de comida esquecida no forno, coisas que o tempo não deu conta de dissipar.

Nem sempre vitórias, muitas vezes derrotas, descaminhos, estranhos, sem volta, andar desequilibrado pela beira do abismo, escolhas que o tempo deixou você tomar.

Nem sempre o poeta que existe em mim agüenta, muitas vezes ele se ausenta, viaja nas funduras, macera dores, nostalgias, amarguras e depois de algum tempo voltar a sonhar.



Dueto - Partir / Partir?

Partir.
Gui Oliva
Partir é conjugação do relativo, se for consultar o dicionário vai-se constatar...
Verbo transitivo, mas não estanca aí seu ideário.
Pode ser conjugado intransitivo, pôr na estrada de qualquer jeito desviar do caminho impositivo, repartir a dor do que foi feito.
Partir é um ausentar-se pensativo, evitando quebrar-se em despedida, quando ele parte para ser reflexivo, a distribuir-se no curso de uma vida.
Assim conjugado tão completo, despedaça o verso e, em seu reverso, consuma a substância da partida, sem abalar-se com o errado ou o correto substantiva ele, então, o adverso, dividindo o adeus n´alma repartida.
23/06/07
Santos /SP
************************
Partir?
Tere Penhabe.
Vamos deixar de lado o dicionário pensar em partir, seu resultado nem sempre feliz, nem sempre agradável, mas quando acontece...
Inevitável!Partimos tantas vezes nessa vida...
Dos amigos, escolas, nossa rua preferida...
Da minha casinha branca tão querida!
É sempre tão triste, qualquer despedida...
E partimos, aqui e ali, sempre partindo levando saudade, deixando também que sempre deixamos pelo menos alguémque sente a nossa falta, nos quer bem...
E de repente partir...
Ainda é verbo, mas intransitivo, porquanto necessário partimos e ponto.
Porque a hora chegou tão simples e tão doído, se for o fim de um amor...
23.06.2007
Santos


A Grande Estação...

A Grande Estação...
S.Bernardelli

Alguns amigos vieram com sol e com a chuva...
Com simples bagagens, eles desceram na estação Amizade, hospedando-se em meu coração...

Amizades sinceras...
A mais bonita da estação...

Tem a doçura das mais bonitas paisagens e a fidelidade dos pássaros de passagem no céu.
Tem gravada uma infinita ternura mesmo quando às vezes nos olhos desliza a tristeza...

Estação Amizade...
Onde os amigos desembarcam para se aquecerem em nossos braços...
Podemos repartir sorrisos, ternuras, mesmo quando um outro quiser esconder suas tristezas.

A vida nos foi dada gratuitamente e permanecer junto dos amigos nos faz esquecer as lágrimas e as nossas penalidades...
Então, que todos nós possamos viajar e desembarcar nesta Grande Estação...
19/06/2007



Teu olhar



Teu olhar
Bell Vil

Teu olhar que tanto revela faz perguntas mostram respostas denunciam tuas vontades anunciam tuas idas e tuas voltas.
Neles vejo teus sentimentos amor tranqüilo que acalma se nos meus aparecem revoltas me dá a paz que tanto necessito.
Amo teu olhar, é nele que eu reflito nele me perco, nele me encontro quando nossos olhares se encontram caminham juntos da alma até o infinito!


O Farol da Amizade

O Farol da Amizade
Jorge Linhaça


A amizade é farol aceso na alma humana.
Luz que indica caminhos entre os rochedos.
Referência quando navegamos em mar bravio.

Amigo é pássaro de paz que nos brinda com a sua companhia na estrada da vida.
Ora canta, ora emudece em solidariedade.
Às vezes o pássaro voa, migra para outras paragens, mas a amizade, essa permanece em nosso coração incólume à distância e mesmo ao silêncio de anos.

Amigo é alguém de quem nos lembramos, assim como que do nada, e nos flagramos a sorrir em ternas recordações.

Amigo, ainda que não concorde conosco, é sempre referência emocional, é saudade que não escraviza, é lembrança que suaviza.

Manter aceso o farol da amizade, esperar a volta de um amigo, viajar em mares desconhecidos, sabendo que lá ao longe um porto seguro nos espera...

Isso é compreender a amizade, é saber que mesmo que os caminhos da vida nos levem em direções diferentes, quando precisamos de um amigo, basta telegrafar um SOS e a resposta por certo não tardará.

Mantenha aceso o seu farol, e ao olhar o horizonte da vida, atente para as luzes que, mesmo distantes, continuam lá para te orientarem e levarem a bom porto.

Nesse momento, eleve a Deus uma prece de gratidão, pois amigos são bênçãos e anjos que são postas em nossas vidas para o nosso crescimento e alento.






Trilha Sonora

Trilha Sonora
Águida Hettwer

Nossas almas deixam-se embalar, em pensamentos difusos, na sinopse dos livros a intercalar, linguajar de símbolos confusos.

Os anseios pulsantes no ventre em desafogo, num dueto entrelaçado de emoções, o amor salta aos olhos, feito faísca de fogo, perdidos no embrenhado das divagações.

Sonhos despertos, luar de prata em divindade, sorver da poesia doce essência nos enredos das rimas, respingos de saudade, no pólen da loucura, trago meu repertório, na trilha sonora de nossas vidas, dores, chegadas e partidas...
23.04.2007