segunda-feira, 1 de março de 2010

Quero que venhas



Quero que venhas
Regina Reis

Estou aqui a te esperar...
São tantas as letras, tão iguais!
Palavras que se repetem a
A mesmice se faz presente
Em tantas frases tão sem sentido,
Sem nada a me interessar...
E tu onde estás?
Onde escondeste teu carinho,
Tua bondade?
Tua arrogância e maldade,
Onde?
Sabes bem que não vou desistir!
Quero que venhas...
E que tragas tudo o tens
De bom e de mal.
Quero mergulhar no oceano do teu olhar!
Quer seja em águas azuis e tranqüilas,
Ou em ondas revoltas e escuras
Provocadas por grandes tormentas,
Nas profundezas do teu mar!
Nada me importa.
Apenas quero contigo ficar,
Sem graça, como um molambo qualquer
Mas, por ínfimos momentos,
Sentir a ternura ou crueldade,
Qualquer coisa,
O que de ti vier!

Caraguá, 12/02/2010


Aparente Felicidade




Aparente Felicidade
Gildete Vieira

Quanta alegria e rara beleza do casal
apaixonado que entre risos aproveita a
liberdade com tanta facilidade.

Levam a moçada a viverem nessa ilusão
sem rumo certo e contentes como aparente
felicidade que não pensam nas consequências
boas ou não.

Curtem a vida sem muita percepção.
Vão orgulhosos imaginando que são amados.
A natureza é cenário para o encantamento
de eterno amor na rotina do não pensar.

Será maravilha essa aparente felicidade?
A felicidade é diferente para todos.
Querem encontrá-la a qualquer preço.
De nada entenderem chegam à desilusão.
30/09/2009


Dueto



A leveza do silêncio
Joaquim Marques / Theca Angel

Quão leve és - silêncio - quando acalmas o
sibilar do vento que fustiga montes…
Permites ouvirmos murmúrio das fontes
aplaudes o belo não batendo palmas!

Quão solene - silêncio - é tua presença
abraçando a terra, circundando vales...
Parece arrefeceres todos os males a vida
levando à calma contradança.

És etérea via nos templos sagrados onde
tantos recorrem pra falar com Deus
pedindo p’los ímpios e por erros seus
p’los entes queridos e por seus finados!


És a pedra a rolar quieta no caminho o
segredo daquele que segue solitário...
És a prece do homem que sozinho...
Já não se julga em eterno calvário!

Dás voz às estrelas que sem fazer ruído
cintilam nas noites e falam pra lua...
Silêncio és eco nos vales e prados!

O teu calar é voz, força, é pranto...
A brisa que passa em suave acalanto
És a reminiscência mansa do passado!

Com tua leveza dás paz e acalmas corações
aflitos, assaz conturbados…
Sem peso, transmites consolo às almas!

Doce sentir que devolve à calma...
Suaviza a face e distende os lábios
seguro porto do homem que é sábio!

Portugal - 2/2010 / Brasil - 2/2010


Lei De Causa e efeito



Lei De Causa e efeito
Samuel Freitas de Oliveira

Se a luz se apaga a escuridão invade;
Se a luz se acende a escuridão se vai...
O mal é assim: Se chega o bem ele sai;
Na presença do amor foge a maldade.

Se há perdão a mágoa se evade;
Ante a esperança o desespero cai;
A prece bênçãos tantas nos atrai,
Se apoiada for à caridade.

Mas queixas só nos prostram nos consomem...
Frente a revolta os bons fluidos somem,
E as forças do bem nos desamparam...

Pois no solo da vida o que se planta,
Viça, se multiplica se agiganta, e todos
colherão o que plantaram.


Saudade (só uma...).

Saudade (só uma...). Apenas uma Saudade
Sunny Lóra

Moço, que saudade de ti tanto eu sinto, ainda!
Onde eu me colocava feito ninho lindo, pronto
e acolhias as minhas asas...

Moço, de enorme distanciar que hoje vivemos (e eu não queria)
esqueço a menina carente como vento inocente a te esperar.

Moço... Queres café, chá de rosas ou suco de mim, vinho quente?
Alcaparras com musica, beijinhos voando?
Vou fazer-te um doce!
Uma água com gás, talvez...






Viver é Arriscar-se



Viver é Arriscar-se
Rudyard Kipling


Rir é arriscar-se a parecer doido...
Chorar é arriscar-se a parecer sentimental.
Estender a mão é arriscar-se a se comprometer.

Mostrar os seus sentimentos é arriscar-se a se expor.
Dar a conhecer as suas idéias, os seus sonhos, é arriscar-se a ser rejeitado.

Amar é arriscar-se a não ser retribuído no amor.
Viver é arriscar-se a morrer.
Esperar é arriscar-se a se desesperar.

Tentar é arriscar-se a falhar...
Mas devemos nos arriscar!
O maior perigo na vida está em não arriscar.

Aquele que não arrisca nada...
Não faz nada...
Não tem nada...


Coração desatado



Coração desatado
Cynthia Andrade


Dói quando nosso coração não mais tem atado o nó.
Quando a paixão nos desabita.
Pior ainda é quando a coragem da ação não vem.

E nos deixamos ficar.
Com laços desfiados, com olhos amargurados.
Com boca vazia, com mãos que nem mais pedem.
E de repente um refúgio.

No meio do caminho...
Uma cabana que nos agasalha do frio.
Da dor de sentir-nos tão desprotegidamente sós.

Acaso ou destino?
Mas foi no caminho...
Sem desvio ou desatino.

Não foi busca, nem foi pressa.
Muito menos reação.
Apenas surgiu.

E o coração desatado sentiu-se novamente acomodado.
Aninhou-se com vontade.
Entregou-se com paixão.

Ficou feliz em sentir-se novamente acarinhado.
E apesar de tudo, não quer se vê mais uma vez desatado.
Mas há o medo de que tanto desvario o deixe novamente desabitado.
Desvencilhado para sempre daquilo que encontrou sem nunca ter procurado.
06/01/08