sábado, 2 de fevereiro de 2008

Escolher a ferramenta





Escolher a ferramenta
Cristal Solitário

Apresenta-se a luz com soluços e choro.
Anuncia sua chegada mágica que em teu redor permanecerá por tempo desconhecido.

Sua fonte de existência: a luz, o ar, a terra, a água, vem fazer sua historia, que poderá ser escrita com harmonia, amor, esperança, doçura ou com o medo e terror, violência e trevas.

Luz e escuridão, oferecidas igualmente para a livre escolha de um coração que, um dia, fará a escolha de quem receberá a semente mais preciosa: seu amor.

Esta fonte mágica, essência de mistério, colocada ao planeta, que se posta rapidamente como serviçal fiel, a prestar-lhe todos os serviços de sustentação e de encanto, desde a pequena flor ao grande oceano, um universo de amor Maximo oferecido graciosamente.

Falo da vida, esta oferecida a cada um pelo rei do universo, na esperança simplesmente que façamos nossa historia com a mesma ferramenta utilizada por ele: o amor.

Então vamos jogar para fora tudo de ruim e fazer o que ele espera.
Vamos?




Procura



Procura
António Castel-Branco


Minha mente voga em ondas incessantes de incertezas sobre os prados infinitos de verde já alaranjado pelo Outono de um viver nem sempre sereno mas sempre pleno, buscando, no caminho inexistente que aguarda ser trilhado, a imagem que demonstre ser o rumo, nunca traçado mas constantemente alterado, reflexo sábio das emoções que conduzem ao equilíbrio do ser.

Minha mente paira, subitamente amordaçada pela necessidade do coração se exprimir, tomando sempre o leme, e mesmo ziguezagueando entre os escolhos dos sentidos, em avanços e recuos nunca explicados, procurando sempre, no limbo entre o caminho e o não-caminho, entre o sentir e o pensar, a imagem que justifica o existir como um objetivo de não-existências, refletindo, como escora permanente da loucura e da lucidez... O verdadeiro eu.
26/01/2008


O conselho



O conselho
Dalton e Andréa

O bom conselho é o carregado com a fraterna intensão de auxiliar o próximo baseando-se na autoconfiança da auto-experimentação prática vivida.

O conselho não é exteriorizado pela boca e pelas cordas vocais pressionada pelo ar dos pulmões, ele vem do fundo da alma, das dores cicatrizadas e das experiências vividas nesta e em outras vidas (paracicatrizes ou cicatrizes conscienciais).

Um conselho bom vem do coração somado com a mente e dimensionado pela sabedoria do ser que a veicula com humildade e inteligência do amor.

Conselho bom não ofende com esclarecimento arrogante e nem consola com hipocrisias afetuosas, mas equilibra os dois no melhor sentido de ponderar e aproveitar o máximo do contexto das experiências e circunstâncias presentes do emissor e do receptor.

Do livro Espiritualmente Falando (não editado)
http://www.consciencial.org



Os bons





Os bons
Dalton e Andréa.

A fé que guia; a vontade que empurra; a intensão que dirige; o entusiasmo que motiva, o amor que adoça e gera prazer; a paz que descansa; a luz que abre caminhos; o saber que gratifica; o conhecer que alimenta o saber, a sabedoria que alimenta a fé.

Assim os bons prosseguem na roda da vida e na escalada da evolução em plena e terna ascensão consciencial.
Isto é amor.
Do livro Espiritualmente Falando (não editado)
http://www.consciencial.org



Alma



Alma
Dalton e Andréa

Alma rosada dispôs-se a estrada, que sabe, não é nada, que segue sozinha, pé, ante, pé, és pequenininha, é mais um José, em sua humildade, tudo deseja, procura a verdade, só vê a beleza, alma pequena, por si preciosa, tem algum amor, por si é bondosa.

Passo, ante, passo, grande coração, percorre o espaço, da paz não abre mão.
Tudo deseja, procura a paz, só vê a beleza, e o mal se desfazem.

Alma caridosa dá tanto de si, trabalha bondosa, continua a seguir, degrau por degrau, não sabe aonde ir, mas evita o mal, tentando servir, continua seguindo, em sua humildade, vai sempre sorrindo, em sua verdade.

Do livro Espiritualmente Falando (não editado)
http://www.consciencial.org



Perdão





Perdão
Dalton Roque

Perdão por muitas vidas que eu vivi; muitas dores que compartilhei; muitas flores que colhi; muitos amores que perdi; muitas vozes eu calei; muitos seres eu frustrei; muitos amigos que ofendi, em milênios de existências...

Obrigado por tudo e a todos de ontem e de hoje; e perdão por todos os erros e males.
Perdão, por favor, perdão!
Eu imploro de joelhos, perdão!

Perdoem-me por tudo que lhes fiz sofrer, meu rancor, meu ódio, meus desprezos; minha vingança, minha usura, meu escárnio.

Estejam certos hoje, meus caros irmãos, que a Lei Cósmica é infalível, cada um colhe o fruto que merece, conforme seus erros e eu não fiquei impune.

Plante espinhos e colha espinhos, plante frutas e colha frutas.
O homem e a mulher chegam a ter vergonha das virtudes.
Chegam a se gabar da desonestidade e do orgulho, da vaidade e da falta de caráter.

É preciso manter a contramão silenciosa da história no contrafluxo do bem, evoluindo para a felicidade de servir, sem pensar ou pedir mais para si.

Quem não conhece ou não recebe amor hoje, é porque nunca doou amor algum.
Só receberás retorno depois que fizeres um investimento.
Quando um grande defeito teu te dominar, uses um outro defeito para combatê-lo.

Todo mal tem algum lado bom.
Não queiras mal para mim.
Por favor, perdão!

CR - Livro não editado Pérolas Conscienciais
http://www.consciencial.org



Escrever





Escrever
Dalton Campos Roque

Escrever, o desabafo de minha alma.
A motivação de minha calma.
A luz de minha escuridão.

O entendimento de minha dúvida.
A base de meu chão.
A voz do meu silêncio.

A liberdade de meu peito.
A expansão de minha consciência.
A força de minha complacência.

Escrever é minha luz, meu amor, minha vida, minha alma, minha paz, minha calma...
É ser, é viver, é sentir, é amor...

Do livro não editado Pérolas Conscienciais
http://www.consciencial.org



Ainda



Ainda
Darwin Q Zinneck

Não digamos "não", nem "nunca mais...".
Não digamos "sempre" ou "jamais"...
Digamos, simplesmente: "ainda"!...

Ainda nos veremos um dia...
Ainda nos encontraremos na estrada da vida...
Ainda encontraremos a pousada, o afeto almejado, a guarida...
Ainda haverá tempo de amar, sem medo, totalmente...
Infinitamente...
Sem ter medo de pedir, de implorar, ou chorar...
Ainda haverá tempo, para ser feliz novamente...
Ainda haverá tristeza, ainda haverá saudade, ainda haverá primavera, o sonho, a quimera...
Ainda haverá alegria, apesar das cicatrizes...
Ainda haverá esperança, porque a vida ainda é criança...
E amanhã será outro dia!...
Uma semana feliz pra você, e não esqueça que ainda haverá uma alegria maior se você dobra-se aos orgulhos falsos.
A felicidade te espera.


Amor até as últimas conseqüências: A luta de Zuzu Angel.

A História não deve ser esquecida...
(Veja ao lado a música Angélica)
************
Martin Luther King
Cada dia é o dia do julgamento, e nós, com nossos atos e nossas palavras, com nosso silêncio e nossa voz, vamos escrevendo continuamente o livro da vida.
A luz veio ao mundo e cada um de nós deve decidir se quer caminhar na luz do altruísmo construtivo ou nas trevas do egoísmo.
Portanto, a mais urgente pergunta a ser feita nesta vida é:
'O que fiz hoje pelos outros'?




Amor até as últimas conseqüências: A luta de Zuzu Angel.

Zuzu Angel morreu buscando mostrar ao mundo a dor de perder um filho na tortura. Sua história acaba de virar filme (estréia dia 04/08 "Zuzu Angel"), mas sua saga foi contada e cantada por Chico Buarque na música em que fez em homenagem à amiga:
Angélia
Composição: Miltinho /Chico Buarque
"Quem é essa mulher".
Que canta sempre esse estribilho?
Só queria embalar meu filho
Que mora na escuridão do mar
Quem é essa mulher
Que canta sempre esse lamento?
Só queria lembrar o tormento
Que fez meu filho suspirar
Quem é essa mulher
Que canta sempre o mesmo arranjo?
Só queria agasalhar meu anjo
E deixar seu corpo descansar
Quem é essa mulher
Que canta como dobra um sino?
Queria cantar por meu menino
Que ele não pode mais cantar.

*************

Amor até as últimas conseqüências: A luta de Zuzu Angel.
Vanessa Gonçalves


"Srs. passageiros, dentro de poucos minutos passaremos no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, país onde se torturam e matam jovens estudantes (...)". Uma declaração dessas, em plena ditadura seria uma audácia, se não fosse uma denúncia indignada de uma mãe que perdeu a vida para espalhar para todo o mundo o assassinato de seu filho na tortura.

Muito mais que um exemplo de coragem, a estilista Zuleika Angel Jones, mais conhecida como Zuzu Angel, foi uma mãe determinada a dizer ao mundo como é cruel ter um filho assassinado sob torturas e não ter o direito de sepultá-lo com dignidade.

Longe de ser uma ativista política, Zuzu Angel era apenas uma estilista reconhecida do Brasil e no exterior preocupada em fazer o seu trabalho. Mas sua vida se transformou completamente em junho de 1971 quando teve conhecimento do desaparecimento de seu filho, o militante político Stuart Edgar Angel Jones, um dos principais dirigentes do Movimento Revolucionári0 0
8 de Outubro (MR-8).

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O início do fim.


Stuart estudava Economia na Universidade Federal do Rio de Janeiro quando abraçou a causa da luta armada. Tornou-se um dos mais importantes dirigentes do MR-8 e foi personagem-chave nas articulações que levaram o Capitão Carlos Lamarca a deixar a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e entrar em sua Organização.

Era casado com Sônia Maria de Moraes Angel Jones que, posteriormente, teria uma morte tão violenta quanto a sua. Aos 25 anos, Stuart foi preso no dia 14 de junho de 1971, no bairro do Grajaú, no Rio de Janeiro, por volta das 9 horas, próximo da Av. 29 de setembro, por agentes do Centro de Informações e Segurança da Aeronáutica ( Cisa), para onde foi levado e torturado.

Ao cair à noite do mesmo dia, após inúmeras sessões de tortura e com o corpo maculado pelas agressões sofridas, Stuart foi amarrado à traseira de um jipe da Aeronáutica e arrastado pelo pátio com a boca colada ao cano de descarga do veículo, o que ocasionou sua morte por asfixia e intoxicação por monóxido de carbono. O que a ditadura não contava é que tal cena grotesca teria uma testemunha: o também preso político do MR-
8, Alex Polari de Alverga.

**********************
A revolta de uma mãe


Desde que soube da prisão, tortura e morte de Stuart, Zuzu Angel tornou-se uma áspera opositora do regime militar. Aproveitando-se de seu prestígio como estilista, passou a denunciar a personalidades do mundo político, diplomático, cultural e das comunicações de vários países o desaparecimento de seu filho.

Os órgãos de segurança não sabiam como calar essa mulher, que possuída de tamanha indignação, se lançou em uma campanha de difamação do governo sem tréguas e utilizando formas de denúncia diferentes das usadas por familiares de militantes políticos.

Em
1975, Zuzu Angel recebeu uma carta-denúncia de Alex Polari em que soube com detalhes sobre o calvário de Stuart. Indignada e machucada pela dor de perder um filho em tais circunstâncias, conseguiu que o historiador Hélio Silva publicasse a carta de Alex no último volume da História da República e, logo, as denúncias de Zuzu Angel tiveram grande repercussão internacional.

Constantemente Zuzu Angel clamava pelo direito de receber o corpo do filho para sepultá-lo. Entretanto, seus apelos foram em vão. Disposta a tudo, teve a oportunidade de furar a segurança do secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger e entregar-lhe o "Dossiê Stuart".

A estilista acreditava que o governo dos Estados Unidos poderia, pressionar a ditadura brasileira, a dar-lhe maiores esclarecimentos pelo fato de Stuart ter dupla cidadania, uma vez que seu pai era norte-americano. A repercussão, as denúncias de Zuzu Angel, incomodaram muito, a repressão a ponto de a estilista ser alertada por militares descontentes com o governo de que os órgãos de repressão poderiam usar contra ela o "Código Doze", ou seja, em outras palavras: atentado simulando acidente ou assalto.

***********************
Sem medo de buscar a verdade.

As ameaças de morte não abalaram as forças de Zuzu Angel. Embora temesse por sua vida, continuou a incessante busca pelo filho e a divulgação das denúncias contra a ditadura. Sabendo que o fim de sua história poderia estar próximo, escreveu ao amigo e compositor Chico Buarque de Hollanda uma carta em que dizia ter recebido ameaças de morte por parte dos militares e, que, se algum acidente acontecesse com sua pessoa, certamente teria sido provocado pela repressão.

No início da madrugada do dia
14 de abril de 1976, Zuzu Angel saiu de uma festa guiando seu Karman Guia rumo sua casa. À saída do Túnel 2
Irmãos seu carro perdeu a direção e chegava ao fim sua vida. A ditadura acabava de calar mais um opositor.

Obviamente, o inquérito policial alegou que o acidente ocorrera porque Zuzu Angel dormiu ao volante. Para seus familiares e amigos havia a certeza de que o acidente teria sido provocado pela repressão. Passaram-se muitos anos, até que em
1996, durante a análise dos casos da Lei 9.140
(Lei dos Desaparecidos) ficou provado que o acidente que culminou na morte de Zuzu Angel foi provocado pelo choque com dois carros que a jogaram fora da pista.

A Comissão Especial da lei encontrou testemunhas do acidente na época. Enfim, mais uma das mentiras da ditadura caiu por terra. Até os dias de hoje, o corpo de Stuart não foi entregue à família, o que sabem sobre sua morte está apenas no relato de Alex Polari.























Queria Ser Poesia


Queria Ser Poesia
Claudete Silveira

Queria ser poesia, e o mundo modificar.
Viver só alegrias, não ver ninguém chorar.
Do doente, terminar a dor, e fazê-lo um sonhador.

Nas crianças manter a inocência, aos jovens mais paciência, e dos velhos saber cuidar...
Queria ser poesia, transformar noites de insônia, em maravilhosos dias...
Ouvir notícias de felicidade, não tristezas e agonias, transformar o fraco num forte, a ele dar todo suporte, para a vida saber tocar.
Festejar a fé em Deus, esquecer que existem ateus, e a vida agradecer, tudo, que ela nos pode oferecer...
Queria ser poesia, amar-te mais a cada dia e pra sempre também te amar!



Enquanto Devaneio





Enquanto Devaneio
Wilson de Oliveira Carvalho


Rápido como um corisco que vem do céu, surpreendente como um felino predador, assim foi o que nos aconteceu.

A princípio, a procura pela satisfação do corpo unicamente, no decorrer do tempo, a aproximação real, a concretização de um sentimento verdadeiro.

Passamos a ser um a partir de então, sem divisão somos um todo nos sonhos como o ritmo cadenciado de uma sinfonia.

Somos uma espécie de perfeição, um sistema único onde não existe a personificação, o sujeito nós é o que impera e demonstrou ser um fiscalizador severo.

É vero, esta sintonia existe, este primor borbulha com tal ímpeto e é tão verdadeiro, que vivo intensamente enquanto devaneio...



Estrangeira


Estrangeira
Pablo Neruda
Te recordo como eras no último outono
Eras a boina cinza e o coração em calma
Em teus olhos pelegavam as chamas do crepúsculo
E as folhas caiam na água de tua alma
Apegada a meus braços como uma trepadeira
As folhas recolhiam tua voz lenta e em calma
Figueira de estupor em que minha sede ardia
Doce jacinto azul torcido sobre minh'alma
Sinto viajar meus olhos e é distante o outono Boina cinza, voz de pássaros e coração de casa
Fazia onde emigravam meus profundos anseios
E caíam meus beijos alegres como brasas
Céu desde um navio, campo desde as serras
Tua recordação é de luz, de fumaça, de tanque em calma!
Mais além de teus olhos ardiam os crepúsculos
Folhas secas de outono giravam em tua alma


Ingênua Esperança



Ingênua Esperança
Sá de Freitas

Hoje me lembrei um pouco da infância...
E retornei ao tempo em que eu brincava, naquele verde intenso da invernada, a vencer com vigor qualquer distância.
Meu coração remorso algum portava; saudade alguma me fazia assédio; nem solidão, para trazer-me o tédio havia, quando a sós eu me encontrava.
Mas da vida ao sentir fortes açoites, vendo meus dias se tornarem noites, nesta luta sem fim para viver:
Penso: (mas que ingênua essa esperança!)...
"Ah! Se eu voltasse, um dia a ser criança.
E assim ficasse, sem jamais crescer!".
http://sadefreitaspoesias.sites.uol.com.br/index.htm


Palidez



Palidez
Paulo Nunes Junior

Agora parto rumo ao infinito em meu vôo solitário, nesta busca incessante a procura do desconhecido percorro caminhos longos que mais parecem vales de dor caçando desesperadamente minha resposta.

Este coração agora busca o aconchego nas noites frias perambulando nas madrugadas sombrias como se busca-se enfim o encontro fatal, o ultimo, como se esta fosse à resposta esperada pela alma.

Se das recordações vem as lagrimas que adentram em meu ser distantes são os momentos de alegria em que o sorriso despontava tão poucos que contados não dariam a palma da mão uma vida aprisionada a um amor sufocante que tudo cobrava nada dava, mas por amor permanecia dia após dia na esperança de que tudo finalmente mudaria.

Mudou hoje sou pássaro solto e liberto quero encontrar-me com minha musa com minha alma sei que ela esta em algum lugar e nesta procura continuo com a esperança de enfim deixar de ver a Palidez de minha própria vida e trazer para meu ser o colorido do amor renovador!
15/01/2008




sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Viajante


Viajante
Anderson Julio Lobone

Vi pegadas.
E uma após outra, lá estava eu a seguir tua assinatura na terra molhada daquela primavera doce qual flor de cacau.
No meu espanto ao ver, a pegada derradeira, ergui o meu olhar ante a jardineira de tua janela.
Você, que ali de posse de risada cândida, cantava feliz por minha alma...
Lânguida, que enfim ancorava junto à tua.
E sem preço, sem óbolo ou fatura, descansei em teus véus de doçura, e me perdi nas curvas que fazem de mimum eterno viajante.



Não é Mesmo?



Não é Mesmo?
Mercília Rodrigues

Não é mesmo meu querido, meu senhor, que por tantas vidas nos reencontramos, e por tolos descaminhos nós erramos...

Ante cada distância, uma dor?
Nas vidas nós buscamo-nos!
Desvario, em noites solitárias, sós nós sofremos...

Nem amor, nenhum olhar, um fastio e assim até de amor, nós nos perdemos!
Se, nesta ou noutra nos reconhecemos, na ânsia de preenchermos esse vazio, nas marés resvalamos e sofremos...

Querido, meu senhor, amor dos tempos, o nunca no eterno, desfalece em estio amamo-nos por mais que padeçamos!
mercília.rodrigues@terra.com.br



Ontem

Ontem
Angela Lara

Ontem eu estava sóbria, mesmo alucinada...
Chorei umas mágoas, sorri por causa de nada.
Ontem cantei uma canção desesperada, plagiei Neruda e dormi na sacada.

Ontem me embriaguei de esperança e de medo.
Apaguei minhas lembranças, me entorpeci de segredos.
Apaguei minhas lembranças, me entorpeci de segredos.

Ontem gargalhei como quem ainda sonha, mas uma só certeza me fez despertar do coma.
Ontem gritei umas verdades sem sentido, mas bastou acordar para ouvir o zumbido.
Ontem morri numa dessas brincadeiras de tomar banho de chuva e depois perder as estribeiras...

Ontem me despi das máscaras do dia a dia.
Não senti o meu corpo, mas nem isso eu queria...


Visões De Amor






Visões De Amor
Marcial Salaverry

Para lugares assim, para esta felicidade sem fim, dirigem-se meus sonhos, os mais risonhos...
Num poema de amor, ou numa tela cheia de cor, seguindo a inspiração de um pintor...
Para essa felicidade, sem mais sentir saudade...

Com alegria no coração, vivendo a doce emoção deste nosso incrível amor, que à minha vida trouxe calor...

Vejo nesta paisagem, uma doce miragem, do que nossa vida será, quando nosso amor florescerá, seja em nosso leito de amor, seja nesta linda obra do pintor...


Definito



Definito
Wilson de Oliveira Carvalho


Você demorou tanto pra chegar, que acabei perdido, e, foi difícil me encontrar.
Durante o dia, uma busca incansável só eu sei bem do quê, a noite, o momento mais mortificante, uma corrida incessante através dos sonhos pra encontrá-la.

Até que surpreendentemente, nos colidimos em nossa órbita, e do atrito, trouxemos muitas estrelas para iluminar, o que se apresentava lancinante.

Finalmente, a felicidade chegou.
De uma forma simples nos abraçamos e nos apresentamos ao mundo, exibindo uma esperança única, com objetivo de ganharmos o tempo perdido, se possível...



Aonde Foi Minha Inspiração


Aonde Foi Minha Inspiração
Regina Reis

Criei asas
Voei alto
Voei rápido
Cheguei ao infinito!

As estrelas me espreitavam a lua, sorrateira, abria-se num sorriso largo, pardo...
Aos poucos fui me ajeitando, e me vi apagando as estrelas... Uma a uma...
E os sonhos foram morrendo... Um a um...

E do meio da escuridão veio um grito silencioso que clamava:
Aonde foi minha inspiração?
Por onde andará o príncipe que me encantava?

Foi embora...
Desapareceu levando consigo toda minha emoção!
11/01/08



Forjando a Armadura...





Forjando a Armadura...
Rudolf Steiner

Nego a submeter-me ao medo que me tira a alegria de minha liberdade que não me deixa arriscar nada, que me torna pequeno e mesquinho, que me amarra, que não me deixa ser direto e franco, que me persegue, que ocupa negativamente a minha imaginação, que sempre pinta visões sombrias.

No entanto, não quero levantar barricadas por medo do medo.
Quero viver, não quero encarcerar-me.
Não quero ser amigável por ter medo de ser sincero.

Quero pisar firme porque estou seguro, não para encobrir meu medo.
E quando me calo, quero fazê-lo por amor, não por temer as conseqüências de minhas palavras.

Não quero acreditar em algo só pelo medo de não acreditar.
Não quero filosofar por medo de que algo possa atingir-me de perto.
Não quero dobrar-me só porque tenho medo de não ser amável.

Não quero impor algo aos outros pelo medo de que possam impor algo a mim; por medo de errar, não quero tornar-me inativo.

Não quero fugir de volta para o velho, para o inaceitável, por medo de não me sentir seguro novamente.

Não quero fazer-me de importante porque tenho medo de ser, caso o contrário, ignorado.Por convicção e amor quero fazer o que faço e deixar de fazer o que deixo de fazer.
Do medo quero arrancar o domínio e dá-lo ao Amor.
E quero crer no reino que existe em mim.


Se eu pudesse



Se eu pudesse
Regina Reis

Se eu pudesse voaria agora até você e iria sussurrar bem baixinho em seu ouvido palavras ternas de amor e as lascivas também para despertar o seu desejo.

Se eu pudesse voaria agora até você e suas mãos resvalariam pelo meu corpo em suaves carícias provocando um estremecimento em minhas entranhas para despertar o meu desejo.

Se eu pudesse voaria agora até você e trocaríamos beijos ardentes, molhados, serpentearíamos alucinadamente num balé frenético buscando um desejo, insano, despudorado nos entregando a um prazer desmesurado!

Se eu pudesse voaria agora até você para ser inteiramente sua para me entregar sem censura e no auge do prazer sentir você em mim...
E eu em você!












































Importantes detalhes



Importantes detalhes
Arneyde Tessarolo Marcheschi

Entalhado no peito, o coração se transforma em canção quando meu mundo é de paz, trazendo o amor na dualidade
das almas que se procuram na escuridão do cálice amargo das eternas saudades.

Em cada gota de chuva sinto o sabor de você...
Dos seus lábios que beijavam com loucura avidamente os meus...

Em cada som, sinto a sua presença, vem através de cristalizadas lágrimas com cheiro de terra orvalhada, pequenos detalhes que preenchem todos o universo meu... Seu... Nosso...

O silêncio, de um segundo que dura horas de solitárias noites estreladas, que levam meu pensamento em busca do seu...

No afã louco de sabê-lo tão longe, e ao mesmo tempo senti-lo tão perto...
Tão dentro de mim, das minhas entranhas.

Nos mistérios do brilho das estrelas no perfume delicado e suave de uma rosa, na imponente solidão de um farol, no fascinante e misterioso oceano, na inigualável beleza do por do sol...

Trazem-me pequenos fragmentos, jóias entesourados das nossas lembranças.
Detalhes importantes de uma vida, jamais esquecida...

Que recria a beleza perdida, quando no espelho da minha vida, vejo o reflexo seu, esse rosto hoje tão triste, tão sofrido, que um dia era só alegria contentamento e euforia...

Mas do outro lado do espelho, vejo anjos celestiais velando por você e sinto a serenidade de sua alma, antes aflita, agoniada, agora lépida, faceira, quase feliz...

Porque tem a certeza de que num dia qualquer, em meio às flores, cercados por pontinhos luminosos nossos corações, novamente se encontrarão, se darão às mãos e sorrindo reviveremos as emoções como se essa brusca e cruel separação, tivesse sido apenas, um pequeno detalhe...

"Na essência do amadurecimento aprendi que não existem sofrimentos... Existe apenas, pequeno espaço de tempo... Que se transformam em cruéis e longos períodos de solidão e separação... pequenos e importantes detalhes, que ajudam a amadurecer e crescer na tônica pura do saber acreditar e reviver".
19/12/2007
wwww.vidatransparente.com.br

Poema De Ingenuidades



Poema De Ingenuidades
Tarcísio Ribeiro Costa

Lá no interior onde nasci, tive uma infância de alegrias e ingenuidade...
Brincava pelos caminhos que nos levava ao rio, e outras paragens, como o pomar, onde, comia frutas no pé e contemplava as flores beijadas pelas borboletas, confundiam-se as suas matizes multicores...

Às vezes, pensava que só tinham ali borboletas; noutras vezes, pensava que ali só tinham flores...
Hoje, quando recordo a minha infância, o que me dá mais saudade é a brisa que, com ternura, me acariciava, principalmente, ao anoitecer...

Minha mãe, tão pequenina, os seus olhos expressavam, só amor para mim!
Como era bom viver assim...
O tempo que tudo constrói, também, tudo destrói...

Depois palmilhei caminhos com desníveis, seixos e espinhos...
Mas, nunca perdi a esperança de que superaria os obstáculos, porque sempre acreditei nas orações de minha mãe!




Explode Coração!





Explode Coração!
Eme Paiva

Momento grave de tanta ternura nos rostos sérios...
Nossos olhos dizendo aos nossos olhos as longas frases, que se verbalizadas, precisariam de muitas!

Muitas palavras, para, certamente, não dizerem tudo...
Porque o tudo era o infinito, que nossos olhos resumiam e se entregavam, como cativos que se entregam entre determinados e indecisos...

-Essa dúbia posição da insânia, que não sabe se explicar, nem traduzir a emoção...
Então, aconteceu o beijo e nossas almas cantaram muito antes da Bethânia:
-Não dá mais pra segurar, explode coração!
30.01.08


Dueto - Vazio / Definho

Dueto
Vazio / Definho
Arneyde T. Marcheschi

Escuridão na alma pensamentos sombrios saudades infindas, infinito tristonho, existência inodora, recordações pungentes.

Dia de chuva céu cinzento, noites frias e vazias sem estrelas, sem a luz do amor coração de luto enegrecido pela dor.

Sem carinho, sem abraços, sem beijos, sem o torpor do amor, carência, demência.
Coração apertado amor desconexo vida que se apaga definha fenece!...
27/06/2004
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Definho
Lara Cardoso

Definho, quase morro, na solidão que ronda do vazio de alma que me sonda e, sem socorro definho...

Os olhos cansados já nem vêem a aurora que ressurge, como a querer fazer-me viver e, o tempo urge, a vida passa lá fora e eu... Definho

A tristeza cresce, evolui a falta de vontade de um dia ser feliz...
Já nem existe mais prece que faça apagar-se a cicatriz...
O coração chora sozinho e eu, de saudade definho...