quinta-feira, 5 de julho de 2007

E Por Falar Em Você...

E Por Falar Em Você...
NALDOVELHO

Ruas, travessas, becos, esquinas, sacadas, varandas, janelas entreabertas, o tempo nublado, calçadas molhadas,a chuva miúda, o cheiro de terra, momentos de espera, estou tão sozinho, o barulho dos carros apressados que passam, o mês é setembro, quase primavera.

Andar sem sossego por toda a cidade, tomar um conhaque, fumar um cigarro.
Melhor ir para a casa compor um poema, dedilhar no piano um velho bolero, sussurrar o seu nome, você está tão longe, o telefone que toca, desculpe, é engano!
Continuo lhe amando, apesar dos enganos.

Comprei seu perfume e espalhei pelo quarto, ainda sou um romântico, daqueles incorrigíveis e o seu retrato ainda mora na cabeceira da cama.

Já são mais de dez horas nessa cidade nublada, faz tanto tempo que a saudade é um tormento, queria poder viajar pra bem longe, queria poder me encontrar com você, tentar refazer, acertar desta vez.

Os meus muitos defeitos: alguns eu consertei.
O livro de contos, ainda não terminei, para ser bem sincero, a muito não pego, já faz algum tempo, só escrevo poemas: O mesmo tema de sempre...
E por falar em você...



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