domingo, 16 de maio de 2010

E o Tempo Nada Desvanece



E o Tempo Nada Desvanece
Wilson de Oliveira Carvalho

Mentalmente perturbado coloquei-me a mercê de alguém,

certo que seríamos um casal incomum, abandonei tudo que

pude abandonar inclusive, bens já enraizados e mais do que

verdadeiros.


Tal foi o ímpeto desse arrebatamento que passei a despojar

meus próprios sonhos, aqueles que possuíam corpo e que pelo

tempo estavam mais do que constituídos.

Em momento algum não quis saber do resultado de minha

ação ímpia, se houve lágrimas e nem o confronto com o

sofrimento que por certo ocorreu.

Se pudesse regredir no tempo, procuraria recompor os

pedaços que deliberadamente joguei fora, e se fosse

possível e de joelhos pediria perdão a Deus, e depois

para àqueles que fiz chorar.

Faz tanto tempo que erradamente fiz essa permuta

por pensar que seria feliz, mas o que senti e sinto está

sendo um enorme arrependimento veja nem as lágrimas

existem mais.

Por que será que existem tantas coisas erradas?
O caminho é bom e florido, mas de repente tomam
conta de nossas almas e acabamos abandonando o
certo e acolhendo o desconhecido e sua insignificância.

Atitudes e mais atitudes impudentes que todos
esses anos não conseguiram inumar, e agora
só eu vivo cambaleando pelos cantos...



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