segunda-feira, 8 de outubro de 2007

O masculino em excesso


O masculino em excesso
Sergio Savian

Você anda pelas ruas de asfalto, vê prédios de concreto, respira a fumaça fedorenta.
O som do trânsito é muito alto, corre para não perder a hora, não tem paciência com o motorista da frente, xinga quem o atrapalha.

Faz guerra por qualquer coisa, não tolera as diferenças, ganha quem é mais forte.
Onde está a flor?
Acorda preocupado, toma o café correndo, com a TV ligada nos dez últimos seqüestros.


A vida sem valer nada nas mãos insensíveis de quem mata, rouba e vive no seu próprio inferno.
Onde está o amor?
Que caminho é esse?

Para onde estamos seguindo?
Na beira do abismo de tanta indiferença, da paranóia generalizada, todos podem ser inimigos.
Proteja-se.


Arme-se.
Onde está o afeto?
No Big Brother da vida ganha quem é mais grosso, quem suporta mais a dor, a privação.

É preciso embotar os sentidos. Vale tudo pelo dinheiro.
Vale tudo pelo sucesso.
Este é o exemplo.


Por que não se fazem provas de solidariedade, de simpatia, de criatividade, de educação?
Não dá ibope?
A violência não é só caso de polícia.

A lei do mercado é violenta. A competição é violenta.
A falta de consideração é violenta.
O desrespeito é violento.

O materialismo é violento.
A desonestidade é violenta.
O mundo objetivo masculino tomou o poder absoluto passa por cima do que é delicado, do que é suave.

Deixamos de ser humanos.
E deu no que está aí.
O mundo feminino precisa ressuscitar.

A consciência é urgente.
Mas ainda é tempo.
De darmos as mãos, sentirmos o sabor da união.

Fortes contra o mal, brando no coração.
Olhos nos olhos, sem medo de nos mostrar.
Acertando o passo com quem está ao seu lado.

Sintonizando nossos corações para construir um mundo melhor.
Faça sua parte.
Este texto foi extraído do livro "Chega de rolo, eu quero um namoro!" De Sergio Savian.

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