Canto de Amor
Casimiro de Abreu
P'ra ti formosa, o meu sonhar de louco e o dom fatal que desde o berço é meu; mas se os cantos da lira achares pouco,pede-me a vida, porque tudo é teu.
Se queres culto - como um crente adoro, se preito queres - eu te calo os pés, se rires - rio, se chorares - choro, e bebo o pranto que banhar-te a tez.
Dá-me em teus lábios um sorrir fagueiro, e desses olhos um volver, um só; e verás que meu estro, hoje rasteiro, cantando amores s'erguerá do pó!
Vem reclinar-te, como flor pendida, sobre este peito cuja voz calei; pede-me um beijo...
E tu terás querida, toda paixão que pra ti guardei.
Do morto peito vem turbar a calma, virgem, terás o que ninguém te dá; em delírios d'amor dou-te a minha alma, na terra, a vida, a eternizá-la!
Casimiro de Abreu
P'ra ti formosa, o meu sonhar de louco e o dom fatal que desde o berço é meu; mas se os cantos da lira achares pouco,pede-me a vida, porque tudo é teu.
Se queres culto - como um crente adoro, se preito queres - eu te calo os pés, se rires - rio, se chorares - choro, e bebo o pranto que banhar-te a tez.
Dá-me em teus lábios um sorrir fagueiro, e desses olhos um volver, um só; e verás que meu estro, hoje rasteiro, cantando amores s'erguerá do pó!
Vem reclinar-te, como flor pendida, sobre este peito cuja voz calei; pede-me um beijo...
E tu terás querida, toda paixão que pra ti guardei.
Do morto peito vem turbar a calma, virgem, terás o que ninguém te dá; em delírios d'amor dou-te a minha alma, na terra, a vida, a eternizá-la!
Nenhum comentário:
Postar um comentário