sábado, 15 de março de 2008

Eu Sou...


Eu Sou...
Anna Peralva

Eu sou o limiar do horizonte, a ponte, a estrada, a fonte!
Na fé que não esmorece, sou o silêncio da prece...
Sou vida e morte, o tempo e seu advento.

A lágrima de dor que sangrou, até argentar harmonia em seus momentos.
Sou arrebentação, maresia, onda, extasia...
Uma mescla de tristeza e alegria, o ponto finito no infinito atemporal.

Eu sou o amor, a entrega, que de tanta doação, eternizou-se em raízes fundas, densas, fortalecidas, num novo e fértil chão.

Sou as amarras do ancoradouro, porto seguro, luz no escuro.
O ninho do passarinho, o som, o tom da canção.
Eu sou o despertar da verdade que descortina o véu do imaginário, do efêmero e do real...

Sou a palavra viva e descrita que se agita nas folhas de papel.
A rima, a sina, a esquina onde nas sombras a inspiração aflorou.
Sou lua cheia, carne crua, face exposta sem máscaras, Alma nua...

No lamento da saudade, sou o sorriso do regresso.
Eu sou semente que no ardor dos sentidos, em seus braços perde o juízo e tudo sente, pressente...

Sou o passado, o futuro e o presente.
Sou vento que sopra esperança, mar aberto...
Estou sempre por perto.
Sou pedaços e inteiro, sonhos e fantasias nos versos que pranteio.

Sou verbo que conjuga paz.
Sou tudo e nada...
Eu sou o mundo num coração profundo sou poeira, átomo, molécula, lagarta e libélula.

Sou louca e lúcida, pudica e impura.
Sou poeta!
Sou mulher!
Sou sua!...


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