sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Sozinha


Sozinha
Naida Terra

No alvo murmúrio da manhã nem mesmo a estação se define, sol, chuva, frio, eu e meus ecos nítidos reforçando a minha vida solitária, sem alguém e sem ninguém...

Sozinha...
Faz tempo essa agonia, vem de longe minha história sem data, sem cor...
Ainda tudo está no lugar, tesouros perdidos noutro tempo...

Sozinha...
Há pó no degrau...
Desenho...
Quintal sem paisagem...

Dezenas...
Centenas de folhas espalhadas...
Desenho e escrevo, amasso e cansada me deito fazendo delas, cobertor...

Sozinha no avesso das sombras...
Silêncio inesgotável que se quebra com o ruído de antigas pétalas secas...
Eram amarelas...



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