sábado, 10 de novembro de 2007

Real-Idade


Real-Idade
Zion Freire

Dói na alma à chegada da real-idade, um mundo cinzento e sem encantos.
A juventude que passa e as decepções de amor.
Eu amei e amei só.
Cinqüenta séculos de sofrimento, uma eternidade de solidão e dor.
Resistir e lutar contra o sistema só me trouxe porradas e algemas.

Um alçapão, um abismo, foi aberto.
Demônios e fantasmas, imagens e mitos, fluem tomando a mente.
E o corpo, como bólido, é jogado ao inferno.

Minha alma não é reacionária ou impetuosa e revolucionária.
É simplesmente, visionária.
Tudo o que possuo é uma estreita artéria, bastante esclerosada pelos medos do mundo, por onde fluem anseios de liberdade.

Por isto busco o conhecimento, a verdade.
Meu coração não me pertence, pertence ao amor, à existência, à vida, à eternidade.
Coração romântico e boêmio que em tudo vê beleza e que exala poesia.

Amo os sonhos e as paixões me encantam as ilusões.
Prefiro mil vezes a fantasia, os exageros da minha heresia.
Imaginar que te apaixonarias por meu corpo e minhas canções e noites e dias de intensa orgia.


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