sábado, 10 de novembro de 2007

Avassaladora Ausência


Avassaladora Ausência
NALDOVELHO

Gotas de suor brotam do seu corpo, da sua pele branca...
Embriagadora presença, avassaladora ausência.
A sensação da sua pele lembra seda macia, os seus seios fartos...
Se continuar lembrando eu infarto, mas não consigo parar!

Parar de amar é um castigo que eu não quero me imputar.
Só me resta mergulhar neste rio, afogar-me em seu colo, só para respirar o seu cheiro, só para fazer você me respirar.
E o que eu faço com o desejo de sentir em minhas mãos os seus pêlos?

Se você deixar, eu me aquieto, se você deixar eu penetro em seu quarto, em seu leito, em seu corpo.
Instalo-me, de um jeito, assim abusado, e fico sendo sua cicatriz preferida que vai arder, vai doer, vai incomodar, só para que você não se esqueça que toda a vez que eu choro, choro a dor dos poetas, choro feito criança, choro de saudades, confesso!

Pois já não existe remédio que possa curar o que eu sinto.
Se inventarem um, eu não tomo, senão pode vir o mal do abandono e a esse, certamente, só vai me restar morrer de tanto amor.



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