quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Quando o amor...


Quando o amor...
Khalil Gibran

Acenar siga-o, ainda que por caminhos ásperos e íngremes e quando suas asas o envolverem, renda-se a ele ainda que a lâmina escondida sob suas asas possa feri-lo.

E quando ele falar a você, acredite no que ele diz, ainda que sua voz possa destroçar seus sonhos, assim como o vento norte devasta o jardim.

Pois, se o amor o coroa, ele também o crucifica.
Se o ajuda a crescer, também o diminui.
Se o faz subir às alturas e acaricia seus ramos mais tenros que tremem ao sol, também o faz descer às raízes e abala a sua ligação com a terra.

Como os feixes de trigo, ele o mantém íntegro.
Debulha-o até deixá-lo nu.
Transforma-o, livrando-o de sua palha.

Tritura-o, até torná-lo branco.
Amassa-o, até deixá-lo macio; e então submete ao fogo para que se transforme em pão no banquete sagrado de Deus.

Todas essas coisas podem o amor fazer para que você conheça os segredos do seu coração, e com esse conhecimento se torne um fragmento do coração, da vida.


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