sábado, 2 de junho de 2007

Não Tentes Calar O Poeta.



Não Tentes Calar O Poeta.
Cleide Canton

Diga-me: Por que eu teria que usar a minha pena apenas para satisfazer a tua vontade?
Por que eu deixaria, por ti, calarem-se as minhas verdades?
Acaso te esqueces que não se aprisiona a alma poeta com tolos argumentos?

Acaso pretendes amordaçar aquilo que de mais puro grita dentro de mim?
Pois não tentes, com teus deleites e tuas palavras macias, abrandar o que já
é brando, explicar o que já é óbvio, modificar o que já é molde,alinhavar o que já é meta...

Apenas sigo um traçado sem cópias onde uma nova cor surge a cada passo,
uma razão se consolida a cada vitória, e uma perspectiva se aprimora com novas
linhas que partem do plano de fuga e ampliam o horizonte,de sorte que a verdade
não precisará de defesa, os meios não serão justificados pelos fins e as barreiras serão
superadas pela força das minhas palavras, porque elas sim, merecem o teu respeito,
pois são frutos de atos e atitudes nobres, de sentimentos francos e da paixão
que resulta do amor.

Não tentes calar o poeta que grita dentro de mim e nem permitas
que ele te cause tanto medo assim...
SP. 01/ 06 /2007.









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