domingo, 8 de abril de 2007

Metamorfose.


Metamorfose
Wilson de Oliveira Carvalho

De quando em quando, sinto-me sozinho como no
interior de um vácuo, sendo empurrado e instigado
para entregar-me aos teus braços amainando o
estado de minha alma em frangalho.

Hipnotizado não senti a luz intensa que outrora
iluminava nossas vidas, nossos encontros
e esperanças, nem a irradiação que
transportava ao ápice de nossa aspiração.

Drogado pela instabilidade e no cume do nada,
todo o meu ser foi conduzido para o carinho de
teu aconchego, me envolvendo em teus saudosos
beijos, sensação de realidade que nunca aconteceu.

Que coisa gostosa poder viver os pedaços
dessa quimera sob os efeitos do narcótico
da saudade, que escraviza, que grita no eclipse
do desespero, não me deixe mesmo que
estes segundos de vida seja uma mentira.

Não se vá.
Viva um pouco mais dentro de mim.
Não desapareça na neblina desta visão
agarre o imaculado amor que sempre foi teu.
Espere, porque meus olhos estão turvos e
já não vejo a cor dos olhos teus no final
desta metamorfose, talvez resultado do
engenho de sobrevivência de uma ilusão?


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