domingo, 8 de abril de 2007

CALADA


Ivone Carvalho

Calada, eu vivo a dor que permanece no meu peito,
que se instalou nesta morada tão sincera,
que transformou todo meu ser com desrespeito,
triste hóspede, indesejável, há muitas primaveras.
Calada, vivo este amor que me afaga
com jeito, enraizado profundamente
no meu coração, tão solitário, mas um
sentimento perfeito, tradutor da paz,
serenidade e emoção.
Calada, sufoco o grito que nasce,
mas não vive, canto a melodia que em
silêncio é proferida, murmúrios que
no tempo sobrevivem, sinfonia que me faz,
de amor, perdida.

Calada, aposto na justiça e na esperança,
sonhos que me acompanham sem senão,
ora envelhecida, ora adolescente, ora criança,
sempre com a alma repleta de paixão.


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