sábado, 8 de setembro de 2007

Das coisas que eu não sei...



Das coisas que eu não sei...
Anderson Julio Lobone

Sabe quando você se debruça sobre a janela, e começa a olhar o horizonte? Se você vê uma bela tarde, uma sensação de tranqüilidade toma conta de seu corpo, sua mente e de sua alma. Você acaba tendo um impulso infantil de balançar as pernas suspensas ou de abrir os braços, mesmo sem saber o que há depois daquele belo horizonte.

Se você encontra um fim de tarde sombrio com a chegada de uma tempestade, instintivamente você, depois de um incômodo arrepio, faz um comentário frio, e pensa em fechar a janela para se proteger do que esta lá fora. Quando você abre a uma janela pode encontrar brisas vespertinas ou tempestades sombrias.

Quando você abre sua porta você pode ser visitado por um anjo amigo ou por um malfeitor. Quando você abre um sorriso você pode conquistar pessoas ou ser mal interpretado. Quando você abre o seu coração, pode amar alguém que te quer bem ou quem não te queira tanto.

O certo é que independentemente do que você tiver como novidade ou desafio em sua vida, você pode encontrar alegrias ou mazelas. O que importa então é que você faça a diferença. E a diferença está em como se comportar diante do que vem a reboque:

- Uma tarde linda: Um belo passeio;
- Uma tempestade: Que tal um banho de chuva?
- Um anjo amigo na porta: A chance de aprender sempre;
- Um malfeitor na porta: Porque não tentar ensiná-lo a ser bom?
- Conquistou pessoas: Ofereça o melhor de você;
- Foi mal interpretado: Ofereça o melhor de você também;
- Alguém te quer: Agradeça aos céus e ame intensamente;
- Alguém não te quer: Mostre que ele não sabe o que perdeu;

Porém, é realmente muito difícil que você consiga acertar sempre, pois afinal, mesmo sem querer, e mesmo cheio das melhores intenções, somos capazes de machucar até mesmo a quem mais amamos. Não nos conhecemos.
Nosso instinto natural quer repelir o que não dominamos, e assim, ao percebermos que algo não está tão belo no horizonte temos a reação de nos proteger ou de “nunca mais” abrir-mos a nossa janela, porta, sorriso ou coração.

Tenho a certeza do quanto já fui ferido e até mesmo o quanto já fui capaz de ferir, mesmo que sem querer, mas nem por isso vou deixar de acreditar que há uma tarde a me esperar lá fora, alguém a bater na minha porta, esperando um sorriso meu, ou quem queira o amor que trago no peito. Realmente não sei das coisas que estão além da janela, mas as coisas das quais nada sei, não tem jeito, só me resta vivê-las.




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