Envelhecer Atirando
João das Flores
Envelhecerei cordialmente
Alguma elegância traduz respeito
Pedindo a Deus força, coragem e renuncia
Para os meus olhos perdoarem minhas rugas
Envelhecerei sem amargura, pois que amargura
é coisa de velho remelento é a alternativa do velho
rabugento e ainda estou brincando de envelhecer
Envelhecerei urrando, nas passeatas da vida
E mijarei solenemente nas barricadas pessimistas
Dos que ainda não acreditam que ainda existe
Um caminho reto para os homens
Envelhecerei como as perobas do campo
Soltando galhos, folhas, e perfumando as matas
E a ventania espalhará minhas sementes
Que em terra abençoada germinarão
Envelhecerei semeando flores e cuidando o
canteiro de plantinhas medicinais comendo
raízes e folhas verdes e a cada semana um dia de jejum
Envelhecerei entre pernas libertinas
Mistificadores, Palhaços e Colombinas
Mas exijo um momento de santidade
Para a Missa Tridentina
Envelhecerei louvando a vida
A mágoa, a dor - O riso a flor
Envelhecerei atirando e cuspindo poesia no vento.
www.macacosecolibris.com
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